O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva embarcou para a China nesta terça-feira, 11 de abril, para uma viagem oficial que deveria ter ocorrido em 25 de março, mas foi adiada devido a um diagnóstico de pneumonia. Por conta do adiamento, a primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social foi remarcada para 4 de maio.
Prevê-se que Lula se encontre com o presidente chinês, Xi Jinping, no dia 14 de abril, e retorne ao Brasil no dia seguinte. A comitiva presidencial inclui 39 parlamentares de diversos partidos políticos, bem como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não participará da viagem devido a uma recente cirurgia e ao intenso calendário do Congresso.
A visita à China gera expectativas em setores como agronegócio, infraestrutura e tecnologia. No agronegócio, o Brasil busca ampliar a exportação de carnes para a China, com a autorização e abertura de novas plantas de produção. A China é o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro desde 2013.
Em relação à infraestrutura, a China é um dos maiores investidores no Brasil. Entre 2007 e 2021, o Brasil foi o quarto maior destino internacional de investimentos chineses e o principal na América do Sul. A viagem pode fortalecer ainda mais essa parceria, ajudando o Brasil a suprir suas deficiências no setor.
No campo da tecnologia, Lula havia planejado visitar um centro de pesquisa da Huawei e desenvolver uma parceria em tecnologia de monitoramento. Antes do adiamento da viagem, o governo brasileiro esperava assinar pelo menos 20 acordos com a China, reativar um fundo de R$ 20 bilhões criado em 2015 e estabelecer uma aliança global contra a fome.
No âmbito geopolítico, Lula deve discutir com Xi Jinping seu acordo de paz para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia. Embora a China possa sinalizar diplomaticamente que ambos os países desejam a paz, a postura chinesa sobre a guerra não deve mudar substancialmente, especialmente após a recente visita de Xi ao presidente russo Vladimir Putin.
O presidente Lula defendeu o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia em um café com jornalistas na quinta-feira, 6 de abril, sugerindo que a Ucrânia poderia ceder a península da Crimeia à Rússia em troca de um acordo de paz. A declaração gerou críticas de autoridades ucranianas, que reafirmaram a soberania e integridade do país.