O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) enfrenta um impasse em relação à troca de sua diretoria. O governo Lula pressiona pela substituição do atual presidente do órgão, Carlos Melles, e do diretor técnico, Bruno Quick, por nomes mais alinhados politicamente com a administração federal. Porém, o governo não tem o número de votos necessários no conselho para forçar a destituição.
Em meio a esse cenário, o governo Lula aceitou o pedido de conselheiros do Sebrae para que Bruno Quick continue como diretor técnico. Segundo fontes próximas ao governo, a decisão foi tomada como uma forma de evitar uma crise ainda maior no órgão, que poderia afetar a imagem do governo e prejudicar a economia do país.
Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae e encarregado de tocar as tratativas pelo governo, vinha defendendo a saída de Melles e Quick, a quem definia como “dois bolsonaristas” que precisavam deixar o órgão. No entanto, após conversas com conselheiros, Okamotto teria aceitado a permanência de Quick, desde que haja uma repactuação em relação às prioridades do cargo.
O impasse no Sebrae tem gerado uma série de reações por parte da sociedade civil e de entidades empresariais. Alguns defendem a troca da diretoria como uma forma de fortalecer o órgão e ampliar a sua atuação em defesa dos interesses das micro e pequenas empresas no país. Já outros consideram a pressão do governo Lula uma interferência política no órgão e uma ameaça à sua autonomia.
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, vem se articulando para manter o cargo, mesmo diante da pressão do governo Lula. Ele afirma que está comprometido com a defesa dos interesses das micro e pequenas empresas no país e que sua gestão tem apresentado resultados positivos.
A solução para o impasse no Sebrae ainda é incerta. Okamotto diz que a saída mais civilizada seria a renúncia de Melles, mas que, caso não ocorra, alguma solução será encontrada até o final de março, possivelmente com uma nova tentativa de destituição. Enquanto isso, a permanência de Quick como diretor técnico do órgão representa uma cedência do governo Lula em relação à pressão por mudanças na diretoria do Sebrae.