A defesa do presidente Jair Bolsonaro entregou à Polícia Federal nesta sexta-feira (24) as armas utilizadas por ele e por seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, durante uma visita à sede da corporação em Brasília em agosto de 2020. A entrega ocorreu após a conclusão de um inquérito sobre suposta interferência política na Polícia Federal.
O inquérito foi aberto em maio de 2020, após o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, acusar Bolsonaro de interferir na Polícia Federal para proteger seus interesses pessoais e políticos. Na época, Moro pediu demissão do cargo em protesto contra a suposta interferência.
Durante o inquérito, a Polícia Federal investigou se as armas utilizadas por Bolsonaro e seu filho durante a visita à sede da corporação haviam sido levadas sem autorização prévia. A legislação brasileira proíbe a entrada de pessoas armadas em prédios públicos sem autorização expressa.
Em um comunicado divulgado hoje, a defesa de Bolsonaro afirmou que as armas foram entregues voluntariamente à Polícia Federal após uma avaliação jurídica e técnica. A defesa também afirmou que as armas foram levadas à sede da corporação para serem apresentadas a um grupo de policiais que teriam solicitado sua presença.
O inquérito sobre a suposta interferência política na Polícia Federal foi concluído em setembro de 2020 e encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para análise. O relator do caso no STF, ministro Celso de Mello, determinou que a Polícia Federal deveria se manifestar sobre o caso antes de decidir se arquivaria ou não as investigações.
No final de outubro de 2020, a Polícia Federal concluiu que não havia provas de que Bolsonaro teria interferido na corporação para proteger seus interesses pessoais ou políticos. No entanto, o inquérito sobre as armas continuou em andamento até a entrega das armas nesta semana.
A entrega das armas é vista como um gesto de colaboração da defesa de Bolsonaro com as autoridades policiais e judiciais. No entanto, a questão da suposta interferência política na Polícia Federal ainda continua sendo investigada pelo STF e pode ter implicações políticas significativas para o ex-presidente.