Hoje completa o décimo segundo dia de protestos na França. Esses protestos tiveram início em 19 de janeiro e já completam 3 meses de manifestações. Hoje a expectativa é de manifestações com um número menor de adesão em relação às anteriores. Segundo o governo francês, as manifestações do dia 6 de abril já tiveram menor adesão com a presença de 570 mil pessoas nas ruas em mais de 300 pontos da França.
Contagens oficiais do governo francês já chegaram a contabilizar mais de 1milhão e 300 mil manifestantes em um único dia. Não visão do governo francês as manifestações estão enfraquecendo, porém, o nível de desordem social e violência estão a aumentar.
Assim como na última manifestação do dia 6 de abril, os protestos de hoje têm sido marcados pelos fortes e violentos confrontos entre manifestantes e a polícia francesa. Nos protestos de hoje foram identificados bloqueios realizados por manifestantes em incineradoras em razão dos coletores de lixo quererem retomar a greve que até pouco tempo deixou as ruas da França lotadas de lixos não recolhidos, razão pela qual o mal cheiro e moscas infestaram o centro da cidade prejudicando fortemente o turismo e os trabalhadores da região.
Os manifestantes que até então bloqueavam as incineradoras foram retirados à força pela polícia francesa por meio de intenso confronto. Essa manifestação de hoje acontece em meio à decisão do conselho constitucional, que é o órgão responsável pela verificação da validade de projetos de lei, de reformas, sobre a validade e legalidade da reforma da previdência. O conselho constitucional poderá rejeitar por completo o texto ou somente algumas partes.
Especialistas franceses mantem a expectativa de que a reforma da previdência não será vetada por completo pois isso não é algo que o conselho constitucional costuma fazer quando avalia a constitucionalidade de projetos, mas, reviravoltas podem sim ocorrer, a depender da decisão do conselho que seja divulgada amanhã.
Quanto aos serviços públicos franceses, os transportes permanecem afetados com as manifestações, com a paralização de algumas linhas de metrô, trens e aeroportos regionais com voos reduzidos em mais esse dia de fortes manifestações na França.
O presidente Emmanuel Macron não pretende recuar de sua intenção de realizar a reforma da previdência e deixou isso claro em viagem que fez à China na semana passada quando disse que se os franceses não quisessem a reforma não deveriam o ter reelegido. Este é um momento em que a popularidade do presidente francês está entre os menores índices já medidos com apenas 25% de aprovação.
Uma pesquisa realizada durantes as últimas manifestações indicaram que se as eleições de 2022 fossem realizadas agora, Emmanuel Macron teria perdido para a líder de extrema direita Marine Le Pen por 55% a 45% mostrando o quanto que essa situação impactou a popularidade do atual governo.
Colunista de assuntos internacionais do UDataNews