O ex-presidente Jair Bolsonaro, em entrevista concedida à CNN na última quinta-feira (23), afirmou que não irá tomar conhecimento das declarações da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a seu respeito. O político, que está na Flórida desde dezembro e tem previsão de retorno ao Brasil em março, disse que não leu a entrevista concedida pela sua aliada à Folha de S.Paulo.
Zambelli havia criticado a forma como Bolsonaro conduziu sua atuação após a eleição e o silêncio que manteve durante esse período. Para a deputada, o ex-presidente deveria ter organizado a oposição e liderado o grupo, incentivando-os a mostrar o descontentamento com o governo atual. No entanto, Bolsonaro disse que não discutiu o assunto com ninguém e que não pretende ler a entrevista concedida por Zambelli. O ex-presidente acredita que sua ausência do país é uma forma legítima de passar um tempo fora para pensar no que fará no futuro.
Zambelli, por sua vez, afirmou que não acredita que Bolsonaro está fugindo do país e que, na verdade, ele deveria estar no Brasil liderando a oposição. Para a deputada, a direita precisa de quatro ou cinco alternativas, incluindo Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, os filhos do ex-presidente, Tarcísio e outros. Com relação à possibilidade de uma futura candidatura de Bolsonaro à presidência, Zambelli acredita que ele pode ser candidato novamente, mas que é necessário preparar novas alternativas para a direita. A parlamentar defende que a direita precisa ter várias opções para se fortalecer e ter mais capacidade de liderança.
A entrevista de Bolsonaro e as declarações de Zambelli evidenciam uma possível ruptura entre o ex-presidente e alguns membros de seu partido. Enquanto Zambelli critica a atuação de Bolsonaro após a eleição e defende a necessidade de novas lideranças, o ex-presidente se mantém distante das discussões políticas do país e não pretende ler as críticas de sua aliada. No entanto, é importante lembrar que as atenções se voltam às eleições presidenciais de 2026 e a direita precisa se organizar para ter um candidato forte e capaz de liderar o país. A divisão interna do partido pode enfraquecer a posição da direita e abrir espaço para outras candidaturas. Resta agora esperar para ver como essa situação será resolvida e se Bolsonaro voltará ao Brasil disposto a liderar a oposição ou se manterá em silêncio, como tem feito até o momento.