A Fundação Getúlio Vargas avaliou hoje (15) que os patamares elevados de juros e de endividamento das famílias foram os responsáveis por desacelerar a economia brasileira em 2022. O Produto Interno Bruto do quarto trimestre sofreu uma retração de 0,2%. De acordo com a pesquisa Monitor do PIB/FGV, o resultado anual de 2022 apresentou um crescimento de 2,9% na economia. Este índice pode ser considerado um bom resultado apesar da desaceleração ao longo do ano.
Segundo a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, o setor de serviços foi o que mais contribuiu para o desempenho da economia no ano passado. Este setor respondeu por mais de 80% do resultado. Destacam-se setores como atividades de alojamento, alimentação, saúde privada, educação privada, serviços prestados às famílias e às empresas.
Entretanto observa-se uma retração da economia para este quarto semestre. De acordo com informações divulgadas pela agência de notícias Agência Brasil, os altos juros foram os responsáveis por esta retração. A taxa básica de juros (Selic) atingiu o patamar de 10,25% ao ano no final do ano passado. Fato que afetou diretamente a atividade econômica do país.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou uma queda de 0,5% no período, em comparação com o trimestre anterior. O setor de serviços foi o mais afetado, apresentando uma queda de 0,6%. A indústria também teve um desempenho ruim, com queda de 0,4%. A única exceção foi o setor agrícola, que cresceu 0,5%.
Os dados reforçam a necessidade de uma política econômica que promova a redução dos juros e estimule o crescimento da economia. Especialistas destacam que, além dos juros elevados, a economia brasileira enfrenta outros desafios, como a alta inflação, o desemprego e a instabilidade política. Esses desafios afetam a confiança dos investidores e o desempenho das empresas.