O ex-ministro da Fazenda, Mailson da Nóbrega, afirmou em entrevista ao programa Jornal da Manhã, da Jovem Pan, que é inevitável o aumento da carga tributária no Brasil em algum momento. Segundo Nóbrega, isso acontecerá devido ao aumento da dívida pública do país, que foi agravada pela pandemia da Covid-19.
De acordo com Nóbrega, a dívida pública brasileira está em torno de R$ 6,5 trilhões, o que representa cerca de 90% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Para ele, o governo precisará aumentar a arrecadação para controlar a dívida, o que poderá ser feito por meio de impostos.
O ex-ministro destacou que o Brasil já tem uma carga tributária muito elevada em comparação a outros países do mundo. Ele alertou que, caso ocorra um aumento significativo da carga tributária, isso poderá afetar negativamente a economia brasileira e a competitividade das empresas.
Nóbrega ressaltou que o país precisa buscar uma reforma tributária que simplifique o sistema e reduza a burocracia, mas que também seja capaz de arrecadar recursos para o governo. Ele apontou que o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) é um modelo que pode ser adotado no Brasil, desde que seja implementado de forma eficiente e justa.
Além disso, Nóbrega defendeu a necessidade de uma reforma administrativa, que reduza os gastos com a máquina pública e aumente a eficiência do Estado. Segundo ele, o Brasil tem uma das maiores cargas de servidores públicos do mundo, o que impacta negativamente a economia do país.
O ex-ministro também comentou sobre a proposta de um novo imposto sobre transações financeiras, que vem sendo discutida pelo governo federal. Para ele, esse imposto pode ser uma alternativa para arrecadar recursos, mas não deve ser criado de forma isolada, sem uma reforma tributária mais ampla.
Nóbrega ressaltou que o Brasil precisa de um ambiente econômico mais estável e previsível para atrair investimentos e impulsionar o crescimento. Ele alertou que a crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19 trouxe sérios desafios para o país, mas que é possível superá-los com reformas estruturais e medidas que estimulem o empreendedorismo e a inovação.
Para o ex-ministro, o Brasil precisa de um projeto de desenvolvimento de longo prazo, que envolva tanto o setor público quanto o privado, e que tenha como objetivo a melhoria da qualidade de vida da população e a promoção da inclusão social. Ele defende a necessidade de uma reforma tributária que simplifique o sistema e reduza a burocracia, mas que também seja capaz de arrecadar recursos para o governo.
Além disso, ele destaca a importância de uma reforma administrativa que reduza os gastos com a máquina pública, algo que, segundo ele, deveria ter sido feito há muitos anos. Segundo Mailson, o problema do Brasil não é a falta de recursos, mas sim a má gestão desses recursos. Ele afirma que é necessário mudar a cultura da administração pública, que muitas vezes tem uma visão patrimonialista e clientelista, buscando beneficiar grupos específicos em vez de atender às necessidades da população como um todo.
Segundo o ex-ministro, a reforma administrativa deve ter como objetivo tornar o Estado mais eficiente e reduzir o tamanho da máquina pública, eliminando cargos e estruturas desnecessárias e simplificando processos. Ele acredita que, para isso, é necessário mudar o modelo de contratação dos servidores públicos, acabando com a estabilidade plena e estabelecendo uma avaliação de desempenho rigorosa.
Além disso, Mailson defende a necessidade de uma reforma tributária ampla, que simplifique o sistema atual e torne o país mais competitivo. Ele acredita que, para isso, é necessário reduzir o número de impostos e acabar com a guerra fiscal entre os estados. O ex-ministro também é a favor da adoção de um imposto sobre valor agregado (IVA), que substituiria vários tributos federais e estaduais, simplificando o sistema e reduzindo os custos para as empresas.
Para Mailson, essas reformas são fundamentais para garantir o crescimento econômico e o bem-estar da população a longo prazo. Ele acredita que o país tem potencial para crescer e se desenvolver, mas para isso é necessário enfrentar os problemas estruturais que limitam o seu potencial. Segundo o ex-ministro, o momento atual é crítico e exige medidas difíceis e impopulares, mas que são necessárias para garantir um futuro melhor para todos os brasileiros.