Em uma reunião de governo que está acontecendo agora (10/03 – 13h), o presidente Lula afirmou que “não se pode ficar chorando sobre o dinheiro que falta, mas sim trabalhar com o dinheiro que se tem“. Lula quer apresentar um conjunto de políticas que se destaque em relação ao ex-governo de Bolsonaro e pede aos ministros que se esforcem para que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça mais de 1% este ano. A previsão atual do mercado é de 0,7%, e o desejo de Lula é a retomada da atividade econômica.
Lula expressou sua preocupação com a elevada taxa de juros atual que impede a população de contrair créditos como antigamente, devido à SELIC estar em 13,75%. Isso impede o crescimento da atividade econômica e faz com que os setores de infraestrutura não invistam em obras de médio e longo prazo, devido ao alto custo com os juros.
Adicionalmente, Lula quer estruturar um pacote para os 100 primeiros dias de governo, que será apresentado no dia 10 de abril, com iniciativas como a redução de crédito consignado. Isso será discutido no conselho do INSS já na próxima semana. A intenção é reduzir o teto dos juros que hoje estão em torno de 2,14%, possivelmente para 2%. Isso seria uma tentativa do governo de levar mais recursos financeiros à população com o objetivo de aquecer a atividade econômica do país.
Ainda, disse que assim que retornar de sua viagem à China, fará uma turnê ativa pelo Brasil para inaugurar casas, estradas e escolas técnicas e, segundo o presidente, “colocar o país em funcionamento“. Lula colocou a responsabilidade sobre os ministros da Economia, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, de levantarem os recursos financeiros necessários para a retomada do aquecimento econômico no país.
E ainda acrescentou que vai fazer o PIB crescer para poder gerar mais empregos para o Brasil e questionou o papel dos bancos públicos em apoiar o crescimento do país com empréstimos para obras, construções e empreendedorismo.
“eu quero saber o papel dos bancos públicos para alavancar o investimento nesse país para pequenos e médios empreendedores, para cooperativas, para grandes empresários, para estados que estão com capacidade de endividamento, para prefeitura que tem capacidade de endividamento. Por que não emprestar dinheiro para essa gente? Não pode ser proibido emprestar dinheiro para quem vai construir ativos para o brasil.“, fala do presidente Luis Inácio Lula da Silva agora em reunião com ministros.
O presidente ainda afirmou que o país precisa de obras como forma de criação de empregos a médio e longo prazo. Essa estatégia de governo foi utilizado nos EUA pelo ex-presidente Barack Obama como parte de um projeto de crescimento de atividade econômica por meio do investimento em obras públicas. A ideia é a de aquecer a atividade da construção civil gerando empregos com certa estabilidade, promovendo o aquecimento geral da economia.
“Dinheiro bom é dinheiro gasto em obras.“, diz presidente Lula
Lula disse sentir-se muito orgulhoso dos primeiros dias de governo e pediu aos seus ministros sigilo quanto aos pacotes de políticas ministeriais que serão apresentados somente no dia 10 de abril, após o feriado da Páscoa. O governo achou que o feriado poderia ofuscar um pouco a apresentação dos 100 dias de governo e, por isso, agendou o evento para depois do feriado.
Durante a reunião com seus ministros, o presidente Lula afirmou que quer pensar em um novo nome para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para mostrar que o governo está criando e inovando. O PAC foi um conjunto de medidas lançado pelo governo anterior de Lula em 2007 e mantido pela presidente Dilma Rousseff com o objetivo de promover o crescimento econômico e social do país.
O PAC envolveu um grande investimento em áreas como infraestrutura, energia, habitação, saneamento básico e mobilidade urbana. A ideia era impulsionar o desenvolvimento do país por meio de grandes obras, como a construção de hidrelétricas, rodovias, ferrovias, aeroportos e portos, além de projetos sociais como o Minha Casa Minha Vida, que visava diminuir o déficit habitacional.
O programa foi dividido em diversas etapas e contou com investimentos bilionários do governo federal e parcerias com o setor privado. Entre 2007 e 2010, foram investidos cerca de R$ 500 bilhões no PAC.
Apesar de ter sido criticado por sua lentidão e falta de eficiência na execução das obras, além de denúncias de corrupção envolvendo algumas das empresas contratadas para os projetos, é inegável que o programa teve um impacto positivo na economia do país, impulsionando o setor da construção civil e gerando empregos.
Completando hoje 69 dias de governo, o presidente Lula exige trabalho, empenho e resultados de seus ministros, elevando suas expectativas com as propostas de políticas ministeriais que serão apresentadas no evento de 100 dias do governo.