O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, será convocado a depor em um inquérito sobre a entrada de joias de modo ilegal que também envolve a primeira-dama Michelle Bolsonaro, segundo anunciou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no sábado (11).
O caso diz respeito à investigação de um suposto esquema de desvio de recursos públicos destinados a compra de joias de luxo pela primeira-dama. Segundo a investigação, Michelle Bolsonaro teria recebido um depósito de 72 mil reais em sua conta bancária, que foi usado para a compra de uma pulseira de ouro e uma joia para o pescoço.
O ex-presidente Bolsonaro foi informado sobre a decisão de convocá-lo a depor pelo ministro Moraes durante uma reunião com seus advogados e apoiadores no sábado. Em entrevista à imprensa após a reunião, Bolsonaro disse que está disposto a cooperar com as investigações.
“Eu sempre colaborei com as autoridades e vou continuar a colaborar para que a verdade prevaleça“, disse Bolsonaro. “Não temos nada a esconder.“
Desde que deixou o cargo, Bolsonaro tem enfrentado críticas por seu histórico de declarações controversas e pela suposta interferência em investigações criminais, assim como, por suas decisões de governo durante a pandemia.
O caso das joias veio somar ao arcabouço de críticas por parte da oposição e de grupos da sociedade civil, que argumentam que o episódio é mais um exemplo da falta de transparência e integridade do governo Bolsonaro.
“Este caso mostra mais uma vez que este governo não tem compromisso com a transparência e a ética“, disse o líder do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, em comunicado. “O povo brasileiro merece um governo honesto e responsável.”
O ex-presidente Bolsonaro negou todas as acusações de corrupção e afirmou que a investigação é parte de uma campanha de difamação contra ele e sua família liderada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e seu novo governo.
“Estamos sendo atacados por aqueles que não querem ver o Brasil progredir“, disse Bolsonaro. “Mas não vamos desistir. Vamos continuar trabalhando para levar o Brasil adiante.”
A convocação do ex-presidente Bolsonaro para depor no inquérito das joias ainda não foi agendada, mas espera-se que ocorra nos próximos dias. O ex-presidente deverá fornecer esclarecimentos sobre o caso e apresentar provas de que não teve envolvimento em qualquer irregularidade.
A investigações sobre as joias tem tido uma repercussão internacional, sendo acompanhada pelas principais agências de noticias do mundo como Reuters e outras. No Brasil, a repercução também não é diferente, e tem levado aliados do ex-presidente como govenadores, senadores e líderes de partidos a se afastarem.