A advogada Bruna Morato foi condenada pela Justiça por sua atuação em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a atuação da operadora de saúde Prevent Senior. A sentença, proferida pela 8ª Vara Federal Criminal de São Paulo, a acusa de obstrução à investigação e fraude processual.
A CPI foi instaurada em outubro de 2021 para apurar denúncias de irregularidades na atuação da Prevent Senior durante a pandemia de Covid-19. Durante as investigações, Bruna Morato, que é advogada de ex-médicos da empresa, foi convocada para prestar depoimento. Segundo a acusação, ela teria agido de forma a obstruir os trabalhos da comissão, orientando seus clientes a não responderem às perguntas dos parlamentares.
A sentença destaca que Bruna Morato tentou prejudicar o andamento das investigações ao obstruir a atuação dos parlamentares, induzindo seus clientes a não comparecerem aos depoimentos ou a não responderem às perguntas feitas pela CPI. Além disso, ela teria atuado de forma fraudulenta ao apresentar documentos falsos e manipular informações para confundir os membros da comissão.
A condenação de Bruna Moratotem sido vista como uma vitória para a CPI, que enfrentou diversas dificuldades durante suas investigações, incluindo a resistência da Prevent Senior em fornecer informações e a tentativa de intimidação de testemunhas. A decisão da Justiça mostra que a obstrução da investigação não será tolerada e que os responsáveis serão responsabilizados pelos seus atos.
A Prevent Senior é alvo de investigações desde o ano passado, quando surgiram denúncias de que a empresa teria pressionado médicos a prescreverem medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como a cloroquina e a ivermectina. Além disso, a empresa teria omitido informações sobre a situação de seus pacientes, subnotificando casos de Covid-19 e pressionando médicos a não registrarem o diagnóstico da doença em prontuários.
A atuação da Prevent Senior durante a pandemia gerou grande polêmica e levantou questões sobre a ética médica e a responsabilidade das empresas de saúde. A CPI investigou as denúncias com o objetivo de esclarecer os fatos e apontar responsabilidades pelos erros cometidos. A condenação de Bruna Morato é um passo importante nesse processo e mostra que a Justiça está atenta às irregularidades cometidas durante as investigações.
A decisão da Justiça também serve de alerta para outros advogados que atuam em casos de grande repercussão. A defesa dos clientes é importante e necessária, mas deve ser feita de forma ética e dentro dos limites da lei. A tentativa de obstruir a investigação ou de manipular informações pode levar à responsabilização criminal, prejudicando tanto o advogado quanto o seu cliente.
A CPI da Prevent Senior teve um papel importante na apuração das denúncias e na defesa dos direitos dos pacientes, e a condenação da advogada é um passo importante para que as empresas de saúde sejam responsabilizadas por suas ações durante a pandemia e para garantir que as investigações ocorram de forma justa e transparente.