A Polícia Federal (PF) está investigando a viagem do então ministro da Justiça, Anderson Torres, à Bahia às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Segundo informações divulgadas pela imprensa, investigadores afirmam que Torres pressionou a PF para atuar como a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que era comandada por um indicado da família Bolsonaro, com o objetivo de favorecer o então presidente Bolsonaro com o uso da máquina pública.
Durante as eleições, a Bahia se destacou como um dos estados onde o presidente Lula obteve a maior votação. No primeiro turno, Lula conquistou 69,7% dos votos no estado, enquanto Bolsonaro recebeu apenas 24,3%. No segundo turno, Lula venceu com uma vantagem de pouco mais de 2 milhões de votos.
A presença de Torres na Bahia, acompanhado pelo então diretor-geral da PF, Marcio Nunes, causou preocupação entre investigadores, que viram sua visita como uma tentativa do governo Bolsonaro de utilizar politicamente a PF para favorecer o então presidente.
Além disso, a viagem de Torres à Bahia foi vista com desconfiança pelos membros da Polícia Federal, que tinham conhecimento de um mapa feito pela campanha de Lula que identificava as regiões em que o ex-presidente era mais forte. Segundo informações divulgadas pela imprensa, o objetivo de Torres ao viajar à Bahia era implementar o plano da campanha bolsonarista no Nordeste, uma região majoritariamente pró-Lula.
Durante o dia da eleição, a PRF realizou múltiplas blitze em todo o país, principalmente nos estados do Nordeste, apesar de terem sido proibidas pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Silvinei Vasques, o ex-comandante da PRF, também está sendo investigado por sua atuação durante as eleições.
A PF está investigando se houve algum tipo de irregularidade na atuação de Torres na Bahia e se a PF foi utilizada de forma indevida para favorecer o então presidente Bolsonaro durante as eleições. As investigações ainda estão em andamento e novas informações poderão surgir nas próximas semanas.